Carlos Lupi, da Previdência Social, reconhece demora na apuração das fraudes contra segurados do INSS, mas nega omissão

  • 28/04/2025
(Foto: Reprodução)
Levantamento da TV Globo com base em dados do Portal da Transparência mostra que, mesmo depois do alerta, os descontos seguiram aumentando até abril de 2024. Fraude no INSS: PF encontra indícios da participação de servidores no esquema de desconto ilegal em benefícios A Polícia Federal encontrou indícios da participação de servidores do INSS na fraude do desconto ilegal em benefícios. O ministro Carlos Lupi reconheceu que o governo demorou para apurar as denúncias. Os primeiros alertas chegaram ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em junho de 2023. Levantamento da TV Globo com base em dados do Portal da Transparência mostra que, mesmo depois do alerta, os descontos seguiram aumentando até abril do ano seguinte - um mês após o INSS tomar a primeira medida contra as fraudes, com uma instrução normativa com regras para os descontos nas aposentadorias. Naquele momento, a Controladoria Geral e o Tribunal de Contas já investigavam. A norma previa a suspensão de novos descontos por seis meses, mas na prática durou menos de dois meses. Em julho de 2024, os descontos voltaram a subir e ultrapassaram os R$ 300 milhões no início de 2025. Nesta segunda-feira (28), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, se reuniu com o Conselho Nacional de Previdência Social e deu explicações sobre a crise no INSS. Em entrevista à TV Globo, Lupi admitiu que houve demora para agir: “Eu determinei, olha, tem que apurar isso, isso é grave. E teve esse tempo, que realmente foi longo. Mas tempo de administração pública é assim mesmo. Porque você tem processos judiciais que demoram anos, oito, dez anos para se resolver. Espero que não vá demorar isso agora. Mas o processo da administração também é lento. Infelizmente. Gostaria que fosse mais rápido, mas não foi. Mas não quer dizer que nós fomos omissos. Pode o INSS ter sido demorado, e foi. Mas, agora, nós vamos dar a resposta”. Carlos Lupi, da Previdência Social, reconhece demora na apuração das fraudes contra segurados do INSS, mas nega omissão Jornal Nacional/ Reprodução Lupi responsabilizou o ex-diretor de benefícios do INSS, André Fidelis, pela demora: “Eu demiti o diretor por causa disso. Demorou tanto que eu tive que demitir. E só depois do novo diretor, em três meses, ele estava com essa auditoria pronta. Eu sempre cobrei isso do INSS, tanto é que saiu essa auditoria. Mas foi muito moroso, isso é verdade. Mas pode ter certeza, omisso eu não fui”. A auditoria interna do INSS mostra que a ordem para investigar as denúncias só veio em maio de 2024, quase um ano depois, e ficou pronta em setembro, já com outro diretor. A investigação mostrou que o próprio INSS liberou de uma vez só descontos não autorizados em mais de 34 mil aposentadorias. O desbloqueio foi feito a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura – CONTAG - em outubro de 2023, quando o governo já tinha recebido as primeiras denúncias. O primeiro parecer defendendo a liberação foi do então procurador geral do INSS Virgílio de Oliveira Filho. A decisão contrariou as regras internas do órgão, que determinam que qualquer desconto para entidades precisa ser expressamente autorizado. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal afirmam que o esquema envolvia o pagamento de propina por lobistas para pessoas próximas a servidores do INSS. A figura central seria o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido, segundo a própria polícia, como Careca do INSS. A PF afirmou que o ex-diretor André Fidelis, que foi demitido por Carlos Lupi, estava entre os beneficiários do esquema. Disse ter indícios de que parte da propina foi repassada para o filho de Fidelis. No caso de Virgílio de Oliveira Filho, a PF afirmou que “demonstrou-se a existência de relações financeiras entre as entidades associativas e pessoas físicas e jurídicas ligadas a ele”; que o então procurador "atuou de maneira oficiosa e indevida em especial no desbloqueio em lote a pedido da CONTAG e que Virgílio de Oliveira Filho teve um incremento patrimonial de mais de R$ 18 milhões advindo da “farra do INSS”. As defesas da CONTAG e de Virgílio de Oliveira Filho disseram que não tiveram acesso aos autos. O Jornal Nacional procurou os outros citados - Antônio Carlos Camilo Antunes e André Fidelis -, mas não tivemos retorno. LEIA TAMBÉM INSS liberou quase 34,5 mil descontos não autorizados por aposentados 'em lote'; prática pode ajudar a explicar boom de fraudes Lupi fala em demora do INSS na apuração de denúncias de fraudes: 'Levou-se tempo demais' INSS: Lupi foi alertado sobre fraudes em junho de 2023 Ministério da Previdência vai devolver parte de dinheiro descontado de forma irregular do INSS Fraude no INSS: operação apreendeu Ferrari, relógios de luxo e obras de arte; veja lista

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/04/28/carlos-lupi-da-previdencia-social-reconhece-demora-na-apuracao-das-fraudes-contra-segurados-do-inss-mas-nega-omissao.ghtml


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